sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Resumo da Matéria Filosofia 11ºano

LÓGICA- é uma ciência que estuda as condições e a correcção dos nossos raciocínios ou argumentos. A lógica ajuda-nos a bem argumentar, a bem raciocinar. Desta forma, a lógica não é mais que uma disciplina filosófica que estuda a distinção entre argumentos correctos (válidos) e incorrectos (não válidos), mediante um raciocínio e uma exposição das premissas correctas que levam a uma conclusão lógica. 
A lógica estabelece as leis e as regras as quais deve obedecer o pensamento e o discurso para serem correntes. Ela é a ciência do "logos"(razão). A lógica tem assim objecto de estudo, o pensamento e discurso, procurando a correcção dos argumentos que constituem o discurso. Desta forma, pretende evitar erros de raciocínio assim como desenvolve competências argumentativas e demonstrativas, contribuindo para a autonomia, espírito critico e exercício pessoal da razão.

Proposições/Premissas - Todas as árvores são plantas.
                 "                   -  Todas as plantas são seres vivos.
Conclusão                      - Logo, todas as árvores são seres vivos.

  • Quantificador (todas) - indica a quantidade
  • Sujeito (árvores) 
  • Cópula(são) - estabelece a ligação entre o sujeito e o predicado.
  • Predicado(plantas)

Nota:
Os argumentos são um conjunto de proposições interligadas que justificam a conclusão com argumento que pode ter várias proposições(frases declarativas), ou premissas, mas só uma conclusão. Os argumentos têm também o nome de raciocinios ou silogismos.

  • Todos os termos têm extensão e compreensão.
  • Todos os conceitos que se concretizam em termo tem extensão e compreensão. A compreensão exprime o conjunto de características comuns a todos os elementos que constituem o conceito.A extensão é o número de objectos a que conceito que se aplica. A compreensão e extensão de um conceito variam na razão inversa, ou seja, quanto maior extensão menor a compreensão e vice-versa.

As proposições(frases declarativas)  podem ser categóricas, hipotética e disjuntivas. As categóricas são aquelas que afirmam ou negam sem condições. Por exemplo: A lógica é importante. As hipotéticas são aquelas que afirmam ou negam sob determinadas condições. Por exemplo: Se estiver bom tempo vou à praia. As disjuntivas são aquelas que afirmam ou negam em forma alternativa, que se exclue. Por exemplo: Ou canto ou estar calado.

As categóricas dividem se quanto à sua:
Quantidade - universais - quando o sujeito é tomado em toda a sua extensão. Por exemplo: todos os gatos são vertebrados.
                    - particulares - quando o sujeito é tomado apenas numa parte da sua extensão. Por exemplo: Alguns comerciantes são honestos.

Qualidade - afirmativas - quando o determinado predicado convém o determinado sujeito. Por exemplo: todos os alunos são inteligentes. 
                  - negativas - quando o determinado predicado não convém o determinado sujeito. Por exemplo: Alguns sujeitos não são inteligentes.


ARGUMENTOS DEDUTIVOS: são aqueles cuja a verdade das premissas garante a verdade. Um argumento dedutivo só é válido quando as suas premissas oferecem um apoio absoluto e completo à conclusão. A conclusão é a consequência lógica necessária das premissas que a antecedem.

ARGUMENTOS INDUTIVOS: são aqueles em que a verdade das premissas apenas sugere a probabilidade da conclusão. As premissas apenas dão um sujeito parcial à conclusão, não garantido necessariamente.


REGRAS DOS SILOGISMOS:
1ªREGRA - O silogismo tem três termos: o maior, o menor, o médio.
            Termo maior: é o predicado da conclusão, aparecendo também na premissa maior (contudo é o factor de ser o predicado da conclusão, que permite identificá-lo como maior).
             Termo menor: é identificado como sujeito da conclusão e aparece também na premissa menor.
             Termo médio: é aquele que aparece em ambas as premissas, mas não aparece nem deve aparecer na conclusão. O termo médio estabelece a relação entre as premissas.

2ªREGRA - O termo médio nunca pode entrar na conclusão.
3ªREGRA - O termo médio deve ser tomado pelo menos uma vez em toda a sua extensão (isto é universalmente).
4ªREGRA - Nenhum termo pode ter maior extensão na conclusão do que nas premissas.
5ªREGRA  - A conclusão segue sempre a parte mais fraca (se uma premissa for negativa a conclusão tem que ser negativa. Se uma premissa for particular a conclusão tem que ser particular. Se houver uma particular e outra negativa a conclusão tem que particular negativa).
6ªREGRA - De duas premissas negativas nada se pode concluir.
7ªREGRA  - De duas premissas particulares nada de pode concluir.
8ªREGRA  - De duas premissas afirmativas não se pode tirar uma conclusão negativa.


FALÁSIAS -  Designa-se por falásias todo o raciocínio/inferência que apresenta incorrecto ou não válido. Nas falásias distinguimos o que são cometidas involuntariamente daquelas que são cometidas intencionalmente, isto é, com consciência com falta de validade. A falásia involuntária designa-se paralogismo. A falásia voluntária designa-se sufismos. Sempre que não se cumpra as regras de silogismo cometem-se falásias.

ARGUMENTAÇÃO - a necessidade de argumentação decorre da dimensão comunicativa que é inerente ao ser humano e ao seu carácter social. O ser humano vive em sociedade, logo necessita comunicar e ao comunicar necessita defender os seus pontos de vista, dai a necessidade de bem argumentar. É a argumentação que resulta de uma necessidade comunicativa vital para o ser humano. Como sabemos a lógica estuda as condições de validade do raciocínio, do argumento, mas isto não chega porque é preciso bem argumentar e aí entramos no domínio da retórica (a arte de bem argumentar, de bem falar com o objectivo de persuadir, convencer um auditório a respeito de um determinado assunto. A argumentação deve ser entendida como o fornecedor de argumento ou razões a favor ou contra a uma determinada tese. Saber argumentar é uma necessidade no processo de realização e socialização do individuo enquanto membro cooperante na sociedade em que se insere, contribuindo nesta forma para a concretização do verdadeiro sentido de cidadania. Se a argumentação fornece razões a demonstração ou informação fornece provas lógicas e informações que leva, a uma determinada conclusão.

ETHOS - Diz respeito à pessoa enquanto orador, à maneira como se apresenta, à credibilidade que consegue transmitir. Ethos significa o aspecto moral da personalidade. A consideração pelo Ethos leva a que se procura criar um clima que seja favorável ao orador e que desperte a atenção dos que ouvem. Normalmente o orador evita mostrar-se arrogante e não pretendendo ser o dono da verdade.

LOGOS - é a consideração, pelo conteúdo do discurso e pelos aspectos formais que lhe estão ligados designa-se pela expressão logos. Se o orador quer que a mensagem passe, tem de preocupar-se com aquilo que vai dizer e com o modo como vai dizer:
  • apresentar claramente a tese (com a maior clareza possível)
  • seleccionar argumentos (argumentos de autoridade, argumentos factuais, argumentos lógicos-, estes fragilizam as possibilidades de refutação)
  • antecipar objecções à tese
  • procurar recursos estilísticos.
PATHOS - com o objectivo do orador é persuadir, tem de dar atenção ao tipo de auditório a que se dirige, ao pathos do auditório. O Pathos define-se pela sensibilidade do auditório que é variável em função das características do mesmo. Neste domínio, a única regra é a de procurar conhecer o auditório e adaptar-se-lhe. Perante o auditório é preciso perceber, muitas vezes por mera intuição, o que move, a que é sensível, numa palavra, como quebrar o gelo inicial.

EPISTEMOLOGIA - ramo da filosofia que se ocupa do conhecimento humano. É uma teoria do conhecimento. A epistemologia trata do que é o conhecimento, distinguindo o conhecimento da simples crença ou opinião, dando uma explicação precisa do conceito conhecimento.

CONHECIMENTO - crença verdadeira, justificada racionalmente. O conhecimento é o produto da relação entre o sujeito e o  objecto. O sujeito (cognocente) é aquele que desenvolve a actividade do conhecimento em relação ao objecto (cognocível). Esta relação é uma relação consciente, de procura de conhecimento, logo é uma relação intencional. Embora a relação passa não produzir conhecimento mas torna-o possível. Para além da intencionalidade ter conhecimento implica ter uma crença. Não uma  crença qualquer que pode apenas ser fruto da opinião ou a partir de fontes falsas mas uma crença verdadeira justificada racionalmente. 

PROPOSIÇÕES ANALÍTICOS E SINTÉTICAS: a distinção entre relações de ideias e questões de ideias e questões de facto proposta por Hume baseia-se na distinção entre tipos de conhecimentos e de verdade. A distinção entre proposições analíticos e sintéticos foi explorada por Kant. Kant entendia por proposições sintéticas as proposições em que o termo «predicado» não estivesse contido no termo «sujeito». 

RELAÇÕES DE IDEIAS: traduzem verdades necessárias e podem ser conhecidos à priori, ou seja, sem a sua verdade que pode ser explicado sem qualquer tipo de experiência.

QUESTÕES DE FACTO: exprimem verdades contragentes e só podem ser investigadas a posteriori, ou seja, tendo experiência como último fundamento.

A CRÍTICA AO COGITO: O cogito é a base do sistema cartesiano. Podemos duvidar da existência da matéria, mas não podemos duvidar que somos uma substância mental. A teoria de Descartes nos propõe sobre cogito. O problema, segundo Hume, é ela não se basear em nada de que tenhamos realmente experiência. Temos consciência de todo o que passa na nossa mente, das nossas percepções, pensamentos e desejos. A segunda critica de Hume consiste que Descartes tivesse razão a respeito do cogito, este seria inútil. Enquanto não for possível provar que Deus é enganador não podemos confiar nas nossas capacidades de raciocínio. O cepticismo acerca do nosso raciocínio retira toda a utilidade que podemos querer atribuir à descoberta do cogito.

POOPER E O SENSO COMUM: O senso comum é um conhecimento vago e mutável, são os instintos, opiniões de muitas pessoas as vezes adequadas e verdadeiras e as vezes inadequadas e falsas. Mas o senso comum ou conhecimento vulgar é ainda assim o ponto de partida para todo e qualquer conhecimento real. O senso comum é ponto de partida do conhecimento cientifico. No entanto, a progressão para o conhecimento aprofundado e conhecimento real exige a critica e correcção do conhecimento vulgar. Desta forma, a ciência e a filosofia não são mais que o senso comum esclarecido porque partiram do senso comum e do conhecimento vulgar, mas criticaram, corrigiram e reformularam.

BACHELARD E O SENSO COMUM: Defende que nada se pode formular na opinião ou no senso comum. Ele não aceita o conhecimento vulgar como ponto de partida. Para ele, o conhecimento vulgar funciona como obstáculo epistemológico, ou seja, como algo que, em vez de potenciar um conhecimento mais rigoroso e aprofundado impede que esse conhecimento surja. Por isso, o Bachelard propõe uma ruptura total com o conhecimento vulgar ao senso comum. É necessário destruir e romper com opinião para no seu lugar surgir o verdadeiro conhecimento mais do que o conhecimento cientifico.

CRITÉRIO DA VERIFICABILIDADE: para esta teoria uma preposição só tem sentido de verdade de for provada empiricamente verdade. Segundo esta teoria, o conhecimento cientifico resulta do método indutivo e o critério da validação cientifica é a verificação e confirmação experimental independentemente das condições o local e tempo em que tal se verifica. As teorias cientificas tem de ser em principio verificável, o que não quer dizer, aqui e a agora.

CRITÉRIO FALSIFICACIONISTA: qualquer teoria cientifica só o é enquanto resistir a prova da sua falsificação empírica. Assim o teste experimental é usado no sentido de encontrar experiências que o contradigam a hipótese. A hipótese é válida se não for encontrada factos que a contrariem e será tanto mais forte quanto mais resistir a prova da sua falsificação. Deste modo, por exemplo: todos os cisnes são brancos só será válida enquanto não se encontrar cisnes de outra cor.